quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Laços.

Eu não sabia ao certo quantos eram, só sabia que eram muitos!
Eles se estendiam por todo o quarto, completamente desalinhados. Alguns já desfeitos e outros em perfeito estado.
Os tons variavam entre rosa e lilás, e alguns outros se arriscavam entre o vermelho. Contudo, todos eles mantinham cores vivas, berrantes.
Percebi, que se observasse eles se encontrariam em um só ponto... um espartilho.
Um espartilho no qual uma garota de longos cabelos negros, ondulados, trajava.
As curvas de seu corpo eram, deveras, tentadoras. Sua pele tinha um tom de chocolate claro. E se eu ficasse em silêncio eu poderia ouví-la cantar.
Hora outra ela puxava as fitas que teciam os laços, apertando mais ainda o espartilho, como se já estivesse acostumada com tudo aquilo.
Foi quando num erro humano, uma das fitas enrroscou-se em meu pé e ela parou imediatamente. Fiquei calado, estático, assustado; meu coração batia numa velocidade que eu poderia acender uma lâmpada.
Fora aí, que ela virara para mim. Aqueles olhos amarelo-ouro, entreluzindo com a luz do amanhecer. Aqueles lábios rosados, que me pareciam tão cálidos e acolhedores.
Procurei por um suspiro e o encontrei, cheio de luxúria e desejo, porém, ao mesmo tempo, completamente hipnotizado. Dei um passo a frente e procurei palavras em minha garganta, entretanto, sem sucesso.
- Quem é você? - ela perguntou com uma calma corriqueira, como se eu fosse mais um dos muitos visitantes que ela recebe diariamente.
- Lucas... Senhorita!
- Lucas de quê?
- Somente Lucas.

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