quinta-feira, 1 de julho de 2010

Grandpa

Você nunca se lembra de muita coisa.
Raramente lembra-se da casa, das roupas, dos sorrisos e dos afagos, o que sempre resta para relembrar deles são as fotos.
E nas fotos, você se observa, minúscula, indefesa, como um filhote acuado sem a mãe; porém logo ao seu lado estão eles, te segurando pelas mãozinhas ou até mesmo ninando em seus braços.
E quando você cresce e tem a oportunidade de estar com eles, tudo torna-se mais claro, mais real. As brincadeiras antes de dormir, as falas calorosas, os presentes antiquados que a gente nunca gosta mas diz que adora! E até mesmo o boa noite com direito a cafuné.
Mas então, como uma estrela que brilha todos os dias no céu morre, eles também se vão... e deixam conosco uma vontade enorme de voltar no tempo.
De voltar no tempo e fazer tudo de novo, porém, com mais intensidade, com mais palavras...
Com mais " eu te amo vovô" para todos os lados, até que você mesmo se canse e eles mesmo tornem a você a dizer...
" Eu também te amo!"

Saber lidar com isso é algo inevitável e inesquecível!
Não é algo que se compara ou que se pode ser explicado...
É apenas algo que se defronta, que se batalha, para não desabar toda noite!
E depois de tudo, de toda a dor e o sentimento de culpa.
Depois de todo a ar que entra nos pulmões e leva para longe, um pouco da tristeza...
por sorte, restam apenas aqueles momentos inegáveis...
os momentos impossíveis de se comprar.
Os momentos mais ternos e incríveis que se pode ter...
lembranças...
de felicidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário