quinta-feira, 15 de julho de 2010
Jasminnie O'Forrk
Já passam das duas da madrugada e eu ainda consigo sentir o perfume dele, impregnado nas minhas roupas. Estou envolta pelos dois edredons que ainda existiam no quarto dos meus pais, tão ralos e embolorados que eu obriguei meu corpo a não ter ataques alérgicos nessa noite. Somente por essa noite.
Olho na janela gasta e de vidro riscado a minha frente, o começo da cama está rente ao resto de parede perto á janela. As árvores balançam á fora, mas eu não consigo dormir. Não consigo dormir e não é por causa do frio arrebatador e insuportável que faz nessa noite. Não consigo dormir pelo perfume irresistívelmente masculino de brota de meu moletom surrado, tão forte e ao mesmo tempo tão cálido.
Eu certamente não consigo explicar o que passa em minha cabeça, essa necessidade infinita e sem fundamente algum de querer estar ao lado dele. De abraçá-lo. De protegê-lo de todos os temores malévolos desse mundo e de que ele me proteja também. Não compreendo, e nem faço esforço para que isso se explique.
Sorri. Os primeiros flocos de neve começaram a descer por fora da janela. A luz está ficando fraca e não é por causa da conta de luz não paga e muito menos porquê a Lua resolveu racionar a sua luminosidade. É apenas meu sono que chega com o esvair do cheiro dele de minhas roupas...
Olho na janela gasta e de vidro riscado a minha frente, o começo da cama está rente ao resto de parede perto á janela. As árvores balançam á fora, mas eu não consigo dormir. Não consigo dormir e não é por causa do frio arrebatador e insuportável que faz nessa noite. Não consigo dormir pelo perfume irresistívelmente masculino de brota de meu moletom surrado, tão forte e ao mesmo tempo tão cálido.
Eu certamente não consigo explicar o que passa em minha cabeça, essa necessidade infinita e sem fundamente algum de querer estar ao lado dele. De abraçá-lo. De protegê-lo de todos os temores malévolos desse mundo e de que ele me proteja também. Não compreendo, e nem faço esforço para que isso se explique.
Sorri. Os primeiros flocos de neve começaram a descer por fora da janela. A luz está ficando fraca e não é por causa da conta de luz não paga e muito menos porquê a Lua resolveu racionar a sua luminosidade. É apenas meu sono que chega com o esvair do cheiro dele de minhas roupas...
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Future
Sempre reclamamos do quanto cheio estamos de nossas vidas.
Só não percebemos que ao deitar a cabeça sobre o travesseiro,
podemos começar tudo novamente.
Porquê o dia nada mais é do que um período de aprendizado.
Um tempo que utilizamos apenas para errar e acertar, quantas vezes pudermos.
Então, quando for dormir hoje, lembre-se: você sempre terá outra chance!
Só não percebemos que ao deitar a cabeça sobre o travesseiro,
podemos começar tudo novamente.
Porquê o dia nada mais é do que um período de aprendizado.
Um tempo que utilizamos apenas para errar e acertar, quantas vezes pudermos.
Então, quando for dormir hoje, lembre-se: você sempre terá outra chance!
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Grandpa
Você nunca se lembra de muita coisa.
Raramente lembra-se da casa, das roupas, dos sorrisos e dos afagos, o que sempre resta para relembrar deles são as fotos.
E nas fotos, você se observa, minúscula, indefesa, como um filhote acuado sem a mãe; porém logo ao seu lado estão eles, te segurando pelas mãozinhas ou até mesmo ninando em seus braços.
E quando você cresce e tem a oportunidade de estar com eles, tudo torna-se mais claro, mais real. As brincadeiras antes de dormir, as falas calorosas, os presentes antiquados que a gente nunca gosta mas diz que adora! E até mesmo o boa noite com direito a cafuné.
Mas então, como uma estrela que brilha todos os dias no céu morre, eles também se vão... e deixam conosco uma vontade enorme de voltar no tempo.
De voltar no tempo e fazer tudo de novo, porém, com mais intensidade, com mais palavras...
Com mais " eu te amo vovô" para todos os lados, até que você mesmo se canse e eles mesmo tornem a você a dizer...
" Eu também te amo!"
Raramente lembra-se da casa, das roupas, dos sorrisos e dos afagos, o que sempre resta para relembrar deles são as fotos.
E nas fotos, você se observa, minúscula, indefesa, como um filhote acuado sem a mãe; porém logo ao seu lado estão eles, te segurando pelas mãozinhas ou até mesmo ninando em seus braços.
E quando você cresce e tem a oportunidade de estar com eles, tudo torna-se mais claro, mais real. As brincadeiras antes de dormir, as falas calorosas, os presentes antiquados que a gente nunca gosta mas diz que adora! E até mesmo o boa noite com direito a cafuné.
Mas então, como uma estrela que brilha todos os dias no céu morre, eles também se vão... e deixam conosco uma vontade enorme de voltar no tempo.
De voltar no tempo e fazer tudo de novo, porém, com mais intensidade, com mais palavras...
Com mais " eu te amo vovô" para todos os lados, até que você mesmo se canse e eles mesmo tornem a você a dizer...
" Eu também te amo!"
Saber lidar com isso é algo inevitável e inesquecível!
Não é algo que se compara ou que se pode ser explicado...
É apenas algo que se defronta, que se batalha, para não desabar toda noite!
E depois de tudo, de toda a dor e o sentimento de culpa.
Depois de todo a ar que entra nos pulmões e leva para longe, um pouco da tristeza...
por sorte, restam apenas aqueles momentos inegáveis...
os momentos impossíveis de se comprar.
Os momentos mais ternos e incríveis que se pode ter...
lembranças...
de felicidade.
Não é algo que se compara ou que se pode ser explicado...
É apenas algo que se defronta, que se batalha, para não desabar toda noite!
E depois de tudo, de toda a dor e o sentimento de culpa.
Depois de todo a ar que entra nos pulmões e leva para longe, um pouco da tristeza...
por sorte, restam apenas aqueles momentos inegáveis...
os momentos impossíveis de se comprar.
Os momentos mais ternos e incríveis que se pode ter...
lembranças...
de felicidade.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Pirilampos
Eu vejo vaga-lumes.
Os vejo planar sobre a minha cabeça, dar voltas no ar, assim como as cambalhotas envergonhadas atrás dos ramos no chão. Eu vejo os vaga-lumes piscarem. Vejo-os tornarem-se luz em meio a escuridão dessa noite. Eu apenas os vejo, e nada mais.
Respirei profundamente e deixei meu recinto, caminhando pela relva cheia do frescor noturno daquele campo. Atrevi-me a tocar um pirilampo incerta da reação dele. Mas ele apenas rodeou meus dedo e pousou no mesmo.
Corri e ele voou de meu dedo. Entrei dentro de casa afobada a procura de algo... encontrei um pote de vidro e rumei de volta aonde os vaga-lumes faziam sua festa. Aproximei-me, de mancinho... e abri o pote.
Estava prestes a aprisionar um deles, mas o temor abateu sobre o meu corpo e eu deixei o pote cair.
Eles eram tão belos. Tão contentes em sua dança complexa e cheia de movimentos... tão vivos... tão encantadores.
Deixei os pirilampos a passear sobre minha cabeça, analizando tudo como uma criança que acabou de descobrir um novo brinquedo.
Os vejo planar sobre a minha cabeça, dar voltas no ar, assim como as cambalhotas envergonhadas atrás dos ramos no chão. Eu vejo os vaga-lumes piscarem. Vejo-os tornarem-se luz em meio a escuridão dessa noite. Eu apenas os vejo, e nada mais.
Respirei profundamente e deixei meu recinto, caminhando pela relva cheia do frescor noturno daquele campo. Atrevi-me a tocar um pirilampo incerta da reação dele. Mas ele apenas rodeou meus dedo e pousou no mesmo.
Corri e ele voou de meu dedo. Entrei dentro de casa afobada a procura de algo... encontrei um pote de vidro e rumei de volta aonde os vaga-lumes faziam sua festa. Aproximei-me, de mancinho... e abri o pote.
Estava prestes a aprisionar um deles, mas o temor abateu sobre o meu corpo e eu deixei o pote cair.
Eles eram tão belos. Tão contentes em sua dança complexa e cheia de movimentos... tão vivos... tão encantadores.
Deixei os pirilampos a passear sobre minha cabeça, analizando tudo como uma criança que acabou de descobrir um novo brinquedo.
terça-feira, 29 de junho de 2010
Para os ouvidos
É tu.
É tu que recusaste erguer a própria mão para o amigo.
Fora tu que negaste ao próprio sangue em prol da felicidade infinita.
É então que lhe pergunto: valeu a pena?
Valera a pena ter distanciado os olhos da iminente guerra que se formava aos teus pés?
Valera todas as mães chorosas que acolheram-se em teu ombro, numa tentativa fraca de relembrar seus filhos perdidos?
Ou em tu o que predominava era a cegueira que essa felicidade infinita lhe proporcionou?
... ou até mesmo a vergonha de sorrir enquanto os outros chamavam teu nome em pedido de socorro.
Tu somente percebeu que o preço dessa felicidade era caro demais a ser pago,
quando viu sua própria pele perecer diante os olhos azúis dele...
Quando o homem de cabeleira loura jogou em ti o gás da morte...
Quando os gritos invadiriam seus ouvidos e viu que estava sem saída...
Sem ar.
E que a morte... ela sim, traria a felicidade infinita a qual lhe fora proposta.
Ele haviam prometido a ti... e a ti lhe fora pago.
É tu que recusaste erguer a própria mão para o amigo.
Fora tu que negaste ao próprio sangue em prol da felicidade infinita.
É então que lhe pergunto: valeu a pena?
Valera a pena ter distanciado os olhos da iminente guerra que se formava aos teus pés?
Valera todas as mães chorosas que acolheram-se em teu ombro, numa tentativa fraca de relembrar seus filhos perdidos?
Ou em tu o que predominava era a cegueira que essa felicidade infinita lhe proporcionou?
... ou até mesmo a vergonha de sorrir enquanto os outros chamavam teu nome em pedido de socorro.
Tu somente percebeu que o preço dessa felicidade era caro demais a ser pago,
quando viu sua própria pele perecer diante os olhos azúis dele...
Quando o homem de cabeleira loura jogou em ti o gás da morte...
Quando os gritos invadiriam seus ouvidos e viu que estava sem saída...
Sem ar.
E que a morte... ela sim, traria a felicidade infinita a qual lhe fora proposta.
Ele haviam prometido a ti... e a ti lhe fora pago.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Incerto.
É apenas sujeira o que tu vê.
Apenas pó, areia e fios de cabelo espalhados pelo piso da sala. Apenas lixo, o qual deixamos acumular por meses. Nojento, não?
Não quando o vento invade levando tudo. Erguendo toda aquela bagunça no ar, e transformando numa confusa dança de bailarinas pálidas e esqueléticas enquanto o sol incide em suas almas.
Parece afoito e incerto, mas quando o vento as abandona, elas retornam ao que eram... apenas o pó acumulado debaixo das cadeiras.
Apenas pó, areia e fios de cabelo espalhados pelo piso da sala. Apenas lixo, o qual deixamos acumular por meses. Nojento, não?
Não quando o vento invade levando tudo. Erguendo toda aquela bagunça no ar, e transformando numa confusa dança de bailarinas pálidas e esqueléticas enquanto o sol incide em suas almas.
Parece afoito e incerto, mas quando o vento as abandona, elas retornam ao que eram... apenas o pó acumulado debaixo das cadeiras.
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